Usando um registo gráfico alusivo à marcação de cruzes e traços para contar os dias nas antigas prisões, Cláudia Amandi produz uma superfície onde a acumulação de marcas se torna indistinta. Em vez de um registo onde ainda se podem contar os dias de cativeiro e calcular os dias que faltam, o tempo adquire uma qualidade asfixiante nestes desenhos. Perde-se a conta dos dias num padrão repetitivo e monótono de traços. Porém, dessa aparente monotonia surge uma vibração modelada por variações de espaçamento e intensidade, afinal deixando adivinhar tempos diferentes, mais sombrios ou luminosos.
Days, 2020 Charcoal on paper 43 x 30,5 cm
Using the marks usually found in prison cells for counting days, Cláudia Amandi creates a surface where the overload of lines creates a blind pattern. Instead of counting days, time became an asphyxiating quality. We lose the sense of time in a repetitive web of lines. But, from the apparent monotony, emerges a slight vibration made of modulations in spacing, intensity, and expression. From these changes, there is a sense of a different time to come, with darker or brighter moods. (I)
Dias, Série de 31 desenhos, Exposição Horizonte Imperfeito, Clube do Desenho, Porto, 2021 Days, 31 drawings Exhibition Unperfect Horizon, Clube do Desenho, Oporto, 2021