Falso Território, 1998
Verga de Ferro, 300x600x300cm
Exposição "A Escolha dos Críticos", III Bienal AIP, Vila da Feira, 1998
False Territory, 1998
Iron, 300x600x300cm
Exhibition "The Critics Choice", III Bienal AIP, Vila da Feira, 1988
Falso Território foi a peça criada para a exposição “A Escolha dos Críticos”, em Santa Maria da Feira, em 1998. Os cabos suspensos de uma estrutura definem o espaço (território) como linhas verticais, formando uma névoa que se interpõe aos objectos visíveis circundantes. Falso Território produz um espaço de imersão onde o espectador vai além de uma experiência visual. Partindo deste dispositivo, Cláudia Amandi cria uma espécie de desenho tridimensional onde as linhas cumprem uma espécie de grafismo que se expande numa folha de papel em profundidade. É dessa percepção da escultura como imagem que o espectador parte, para de seguida, entrar no desenho, nesse falso território que assume um valor de espaço virtual, espécie de jogo de sombras e espelhos.
Em Falso Território é recriado uma amostra de um espaço virtual, em segmento ou parte limitada de um todo mais vasto e difuso. Essa parcela de espaço contamina e ocupa o espaço real, ora como presença imagética assumida numa espécie de desenho de linhas verticais, ou como ambiente de imersão . O público poderá experimentar esse ambiente pelas suas sensações visuais, tácteis, auditivas, combinando a particular experiência de fascínio com vestígios de inquietação. Num espaço mais vasto, a rede de linhas eliminaria coordenadas, pistas e o sentido de orientação. Assim, este ambiente associa o carácter apelativo do desenho e dos ritmos lineares, com a possibilidade de desorientação. O título Falso Território remete para a ideia de um espaço ilusório, de uma visão da mente, mas também de um passo em falso, de uma possível armadilha.
Espaço de ilusão e incerteza, Falso Território articula os conceitos de transparência, massa, densidade, barreira, leveza, exterior e interior. Nesse jogo reúne as questões mais importantes com que se debate a escultura na sua relação com a indeterminação espacial e como possibilidade de conceito estrutural. Ou seja, uma amostra de um espaço que se pode expandir indefinidamente. Nesse contexto, o objecto fisicamente delimitado sugere infinitude como se a presença real fosse apenas o fragmento de um universo maior.
"False territory" was the piece created for the exhibition "Critics ' choice", in Santa Maria da Feira, in 1998. The cables suspended from a framework define the space (territory) as vertical lines, forming a mist between sight and visible objects. False Territory produces an immersive space around the spectator, beyond a visual experience. Using this device, Cláudia Amandi creates a kind of three-dimensional drawing where the lines follow a graphic rule that seems to expand on a piece of paper. The spectator starts with this perception of sculpture as picture to enter the drawing, in an illusory and virtual space, as a kind of shadow play and mirrors. False Territory recreates a sample of a virtual space, a segment or diffuse part of a larger whole. This portion of space invades the outside and real space as a graphic presence or as an immersive environment. The public will be able to experience this environment for its tactile, visual and auditory sensations, combining the experience of fascination with hints of anxiety. In a wider space, the lines would eliminate coordinates, clues and the sense of direction. So, this environment associates the attractiveness of the drawing and the linear rhythms, with the possibility of disorientation. The title "False Territory" refers to the idea of an illusory space, of a vision of the mind, but also of a misstep, a possible trap. Space of illusion and uncertainty, "False Territory" articulates the concepts of transparency, mass, density, barrier, lightness, exterior and interior. This game brings together the most important issues to debate the role of sculpture in its relationship with indeterminacy and space as possibility of structural concept. That is, a sample of a space that can be expanded indefinitely. In this context, the object physically delimited, suggests infinity like a real presence being only the fragment of a bigger universe. (*)